sábado, 29 de agosto de 2009

Álcool

O álcool etílico é produzido da fermentação de carboidratos (açúcares) presentes em vegetais. É a droga mais antiga que se tem registro e a mais consumida em escala mundial.

Somente a fermentação, produz bebidas com concentração de álcool até cerca de 12% (proporção do volume de álcool puro no volume total da bebida), sendo que concentrações maiores são obtidas através da destilação. É muito utilizado, sobretudo, por causa de sua ação euforizante em doses mais baixas e pela capacidade de diminuir as inibições, facilitando, assim, a interação social.

Apesar de o álcool possuir grande aceitação social e seu consumo ser estimulado pela sociedade, esta é uma droga psicotrópica que atua no sistema nervoso central, podendo causar dependência e mudança no comportamento. Quando consumido em excesso, o álcool é visto como um problema de saúde, pois este excesso está inteiramente ligado a acidentes de trânsito, violência e alcoolismo (quadro de dependência).

Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um que estimula e outro que deprime. No primeiro período pode ocorrer euforia e desinibição. Já no segundo momento ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono. Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração, vasos e estômago. Em caso de suspensão do consumo, pode ocorrer também a síndrome da abstinência, caracterizada por confusão mental, visões, ansiedade, tremores e convulsões. Atualmente, o maior percentual das ocorrências policiais, envolvendo drogas, está relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas.

Inalantes/Solventes

Esse grupo de substâncias, entre os depressores, não tem qualquer utilização clínica (com exceção do éter etílico e do clorofórmio). Podem ser inaladas involuntariamente por quem manuseia ou trabalha com essas substâncias ou ser utilizadas como drogas de abuso (cola de sapateiro, por exemplo).

Certas substâncias voláteis como o éter etílico, clorofórmio, cloreto de etila, acetona, tolueno, cola de sapateiro, gasolina e outras, podem provocar, quando inaladas, sensações de vertigem, embriaguez, euforia inicial e, posteriormente, depressão do SNC. O uso crônico dessas substâncias pode levar à destruição de neurônios, causando danos irreversíveis ao cérebro, assim como lesões do fígado, rins, nervos periféricos e medula óssea. Em alguns casos, nos primeiros minutos de seu efeito, pode causar arritmias cardíacas, o que pode provocar morte súbita.

Uma das substâncias inalantes, bastante consumida, por jovens é o lança-perfume. O nome, lança-perfume, surgiu no início do século passado quando, no carnaval, eram comercializados pequenos frascos contendo uma composição de éter, clorofórmio, cloreto de etila, junto com algum tipo de essência perfumada. Essa mistura, quando em contato com a pele, causava uma sensação gelada, além de deixar a pessoa perfumada. A substância era distribuída, inclusive, entre crianças, que as usavam nas folias do carnaval, esguichando-a sobre outras pessoas, por isso o nome “lança-perfume”. Seu uso e comercialização foram proibidos em 1937, pelos efeitos provocados pelo uso abusivo (euforia, agitação, ilusões, alteração da noção de tempo e espaço, lapsos de memória, risos espontâneos, pensamentos confusos, movimentação lenta, náuseas e alucinações auditivas. Entre as substâncias que compõem o lança-perfume, é o cloreto de etila que se encontra na lista de produtos proibidos pela ANVISA.

Atualmente o lança-perfume não está restrito apenas às folias de carnaval, pois seu consumo é extremamente alto nas chamadas festas “rave”, onde é vendido por traficantes que compram a substância, geralmente, no Paraguai e Argentina. Um fato curioso sobre o lança-perfume é que na Argentina, principal fornecedor do produto, ele é fabricado com a finalidade de desodorizar ambientes.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Poder de vício

Fonte: Pesquisa Doméstica Nacional sobre Uso de Drogas 2001, do Departamento de Saúde dos Estados Unidos -
Revista Super Interessante
É muito comum nos preocuparmos com as drogas ilegais e deixarmos em segundo plano as chamadas drogas lícitas. Na verdade quando se fala em "drogas", algumas pessoas, nem ao menos, relacionam as substâncias de venda permitida como uma delas.

Esta pesquisa, realizada no Estados Unidos, demonstra que todas essas drogas que costumamos achar as mais "viciantes" ainda estão bem atrás do, comum, tabaco. Comparativamente com outras drogas relacionadas na pesquisa, o cigarro possui um poder de dependência avassalador, quase três vezes maior que a segunda droga com maior poder de vício.

Também não devemos esquecer que o cigarro, junto com a bebida alcoólica, é uma porta de entrada para as drogas ilegais. Sabendo que o cigarro é a segunda droga mais consumida no mundo (só perdendo pro álcool), e é a que mais mata, cerca de 5 bilhões de pessoas por ano no mundo todo, devemos dar mais atenção a esta substância.

Muitos pais ao descobrirem que seu filho está fumando cigarro não ficam tão chateados como ficariam se a droga consumida fosse a maconha, por exemplo. É claro que o cigarro não muda o comportamento da pessoa sob seu efeito como é o caso da maconha, mas ele possui uma letalidade e poder de vício bem maiores. Seria como compararmos um Pit Bull com um Chiuaua, o cigarro corresponderia ao primeiro e a maconha ao segundo. Os dois cachorros mordem, porém o Pit Bull faz um estrago bem maior, mas não quer dizer que o Chiuaua não morda. Aliás, se pudesse escolher, preferiria não ser mordido por nenhum dos dois. Quando faço essa comparação, falo do poder de vício e da letalidade de cigarro e maconha.

É bom termos conhecimento dessas informações, principalmente os pais, pois se um dia descobrirem que seu filho já experimentou cigarro, tenham a mesma indignação que teriam caso a droga fosse outra.

Maconha

É o nome dado no Brasil à Cannabis sativa. Suas folhas e inflorescências secas podem ser fumadas ou ingeridas. Há também o haxixe, pasta semi-sólida obtida por meio de grande pressão nas inflorescências e preparação com maiores concentrações de THC (tetra-hidrocanabinol), uma das diversas substâncias produzidas pela planta, principal responsável pelos seus efeitos psíquicos.

Há grande variação na quantidade de THC produzida pela planta (conforme condições do solo, clima e tempo decorrido entre colheita e o uso) e na sensibilidade das pessoas à sua ação, o que explica a capacidade de a maconha produzir efeitos mais ou menos intensos. Os efeitos psíquicos da maconha podem ser descritos como sensações de bem-estar, calma e relaxamento, sentir-se menos fatigado e hilariante, enquanto outras pessoas experimentam angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o autocontrole e ansiosas, com tremores e sudorese. Há perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço, além de prejuízo de memória e atenção.

Dependendo da dose administrada ou da concentração de THC, podem ocorrer delírios e alucinações. Alguns efeitos físicos são: hiperemia conjuntival (olhos avermelhados) diminuição da produção de saliva, taquicardia, fala arrastada, prejuízo na capacidade de atenção e da memória de curto prazo. A potência da droga é medida de acordo com a quantidade média de THC encontrada nas amostras de maconha.

• A maconha comum contem uma média de 3% de THC.
• A variedade “sinsemilla” (sem semente, que só contem botões e as flores da planta fêmea) tem uma média de 7.5% de THC, mas pode chegar a ter até 24%.
• O haxixe (a resina gomosa das flores das plantas fêmeas) tem uma média de 3.6%,mas pode chegar a ter até 28%.
• A maconha cultivada por hidroponia, conhecida popularmente como SKANK pode ter até 35% de THC.
• O óleo de haxixe, um líquido resinoso e espesso que se destila do haxixe, tem em média de 16% de THC, mas pode chegar a ter até 43%.

Não cria a dependência física, mas a psicológica. Dependendo da personalidade do usuário, pode ser brutal; logo se retirada imediatamente, à saúde não correrá nenhum risco, porém, a força de vontade do paciente tem de ser grande, exatamente para vencer sua necessidade psíquica de buscar a maconha.

De acordo com o V Levantamento Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas Entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, feito pelo CEBRID, a maconha é quarta droga mais consumida pelos jovens. A pesquisa demonstra que 5,9% dos estudantes brasileiros já experimentaram, alguma vez na vida, a droga.

Costuma-se dizer que a maconha leva seu usuário às drogas mais pesadas como cocaína e crack, por exemplo, pois com o passar do tempo o canabista não sente mais os efeitos que sentia quando usava a droga pelas primeiras vezes.e acaba procurando "sensações novas". Na verdade esse raciocínio não se justifica, pois a maconha é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central, e a cocaína e o crack são estimulantes, logo quem gosta dos efeitos relaxantes da maconha dificilmente procuraria outra droga que apresenta efeitos contrários. Na verdade o que leva usuários de maconha a consumirem outras drogas é a fácil acessibilidade a elas, pois o traficante de maconha é quem também vende outras substâncias e acabam estimulando seus compradores a experimentarem drogas mais caras, que levam à uma maior dependência.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Crack


Nada mais é que uma mistura de cocaína, água e bicarbonato de sódio, tendo, às vezes, o acréscimo de amoníaco. Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração e batimentos cardíacos acelerados, seguido de depressão, delírio e "fissura" por novas doses. Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e mortífero do que ela.

Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago, o "tuim", na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte. O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos. Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o craqueiro.

Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo, no qual a pedra é fumada.

O crack induz a abortos e nascimentos prematuros. Os bebês sobreviventes apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz. Demoram mais para falar, andar e ir ao banheiro, sozinhos, e têm imensa dificuldade de aprendizado.

Além das mortes causadas, diretamente, pelo uso da droga, o fator mais comum de mortalidade do usuário é a sua exposição à violência. Muitos são os dependentes que morrem por dívida com os traficantes, ou pelos outros viciados na droga.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Classificação das Drogas

Existem várias formas de classificar as drogas, seja do ponto de vista legal, com as drogas lícitas (permitidas por lei) e ilícitas (proibidas por lei). Dentre as drogas lícitas, existem as que podem ser obtidas livremente, enquanto que outras estão submetidas a algumas restrições (caso de alguns medicamentos e substâncias com venda controlada).


Também podemos classificar as drogas quanto a sua origem. Dentro desta classificação temos três grupos:

Naturais: certas plantas contêm drogas psicoativas, sendo esta matéria-prima usada diretamente com ou extraída e purificada. Exemplo: alguns cogumelos que possuem propriedades alucinógenas; trombeteira; chá do Santo Daime (Ayahuasca).

Semi-sintéticas: resultado de reações químicas realizadas em laboratório nas drogas naturais. É o caso da cocaína, maconha, tabaco e álcool. Algumas são produzidas em escala industrial, como o cigarro e o álcool.

Sintéticas: são produzidas, unicamente, por manipulações químicas em laboratórios e não dependem, para sua confecção, de substâncias vegetais ou animais como matéria-prima. Temos como exemplo o LSD e o ecstasy. Na categoria de droga sintética incluem-se também os calmantes e os barbitúricos ou remédios para dormir, fabricados pela indústria farmacêutica com finalidade médica.


Outra classificação que se baseia nas ações aparentes das drogas sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), conforme as modificações da atividade mental:

Drogas DEPRESSORAS

Causam diminuição da atividade global e de certos sistemas específicos do SNC. Como conseqüência, há a tendência de ocorrer diminuição da atividade motora, da reatividade à dor e da ansiedade, sendo comum um efeito euforizante inicial e, posteriormente, aumento da sonolência. Exemplos:

- Álcool;

- Barbitúricos;

- Inalantes e solventes;

- Opióides.

Drogas ESTIMULANTES

São incluídas nesse grupo as drogas capazes de aumentar a atividade de determinados sistemas neuronais, o que traz como conseqüência estado de alerta exagerado, insônia e aceleração dos processos psíquicos. As principais drogas estimulantes são:

- Cocaína;

- Crack;

- Anfetaminas.

Drogas PERTURBADORAS

Nesse grupo de drogas, classificam-se diversas substâncias, cujo efeito principal é provocar alterações no funcionamento cerebral, que resultam em vários fenômenos psíquicos anormais, dentre os quais destacam-se delírios e alucinações.

Podemos definir alucinação como uma percepção sem objeto, ou seja, a pessoa vê, ouve ou sente algo que realmente não existe. Já o delírio pode ser definido como falso juízo da realidade, ou seja, o indivíduo passa a atribuir significados anormais aos eventos que ocorrem a sua volta (por exemplo, notando em toda parte indícios claros – embora irreais – de uma perseguição contra sua pessoa). Esse tipo de fenômenos ocorre de modo espontâneo em certas doenças mentais denominadas psicoses, razão pela qual essas drogas também são chamadas psicotomiméticos. As principais drogas perturbadoras são:

- Maconha;

- Ecstasy (MDMA);

- LSD (ácido lisérgico).

Definição de Droga

As drogas têm feito parte da história da humanidade. Durante milhares de anos certas plantas têm sido utilizadas para benefício do corpo, da mente e do espírito. O ópio, por exemplo, é usado há muito tempo para o alívio da dor, a cerveja teve sua origem, através da fermentação de certos vegetais, há aproximadamente 6.000 anos.

No decorrer da história as palavras empregadas para descrever droga têm sofrido importantes variações. Na Grécia Antiga a droga, denominada pharmakon, tinha duplo significado: remédio e veneno. Este conceito, ambivalente, mostrava o quanto os gregos tentavam traduzir o poderoso efeito dessas substâncias sobre o corpo e a mente dos indivíduos. Já na Pérsia a palavra droga se origina da palavra demônio. A etimologia mais aceita no meio acadêmico nos explica o seguinte: Drogadicção = Adicção à drogas. A etimologia do vocábulo "adicção" remete ao latim. "Adicto" origina-se no particípio passado do verbo "addico", que significa "adjudicar" ou "designar". Este particípio é "addictum" e quer dizer o "adjudicado" ou "designado" - o "oferecido" ou "oferendado". Nos tempos da República Romana, "addictum" designava o homem que, para pagar uma dívida, se convertia em escravo por não dispor de outros recursos para cumprir o compromisso contraído. O substantivo "adicção" designa, em nossa língua, a inclinação ou o apego de alguém por alguma coisa.

Atualmente, a definição sobre drogas promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento.

Dentre os tipos de drogas existentes, as psicoativas, ou psicotrópicas, são substâncias que alteram as sensações, o humor, a consciência ou outras funções psicológicas e comportamentais. É bom salientar que nem todas as substâncias psicoativas provocam dependência e que, algumas substâncias, aparentemente inofensivas e presentes em muitos produtos de uso doméstico podem ter essa capacidade.


Referências:

ANTIDROGAS. Disponível em http://www.antidrogas.com.br . Acesso em: 04 jul. 2008, 22:45.

FORMAÇÃO De Multiplicadores de Informações sobre Drogas. Guia Geral. Florianópolis:Senad, 2004.